Investimento e risco são duas palavras que andam lado a lado. Dosar o risco versus retorno é fundamental. No caso do investimento-anjo, estamos falando de investimentos de longo prazo e focado em startups, que são negócios inovadores e, portanto, com riscos adicionais. Ao mesmo tempo, são negócios cheios de potencial neste mundo ágil e em constante transformação.
Apesar do risco inerente de se investir em startups, quando o aporte de capital é feito por meio de um grupo de investidores anjos, existem fatores que ajudam a dar mais segurança para o investidor e a minimizar esses riscos.
Com 20 anos de atuação, a Gávea Angels, a associação de investidores-anjo mais antiga do Brasil, tem uma metodologia consolidada, um grupo diverso de investidores experientes apoiando em todo processo, que começa no Screening (triagem), passando por uma análise criteriosa das startups, negociação do contrato e acompanhamento das startups ao longo do tempo. Isso faz com que os investidores, tanto os mais experientes quanto os iniciantes, tenham mais segurança na decisão de investimento.
“Na Gávea, procuramos investir em menos empresas e fazer com que elas passem por um processo mais elaborado de análise. Claro que, ainda assim, uma startup pode não dar certo e fechar suas portas, mas procuramos aumentar as chances de sucesso. A nossa filosofia é tentar trazer maior segurança aos membros-investidores”, avalia Marcelo Deschamps, conselheiro-diretor da Gávea Angels.
A seguir, veja 4 vantagens do investimento-anjo por meio de um grupo de investidores, que ajudam na redução dos riscos e melhoram a segurança do investidor:
1. Possibilidade de bons investimentos com tickets menores
Em um grupo de anjos, os investimentos são feitos sempre em conjunto. Isso permite investir tickets menores em negócios mais sólidos.
“A vantagem de estar no grupo é que, com 20 mil reais, você consegue entrar em um investimento de 3 milhões. E uma empresa que busca e consegue justificar um aporte de 3 milhões de reais já tem tecnologia, clientes, equipe. Ou seja, não é uma startup que apareceu do nada, sem qualquer estrutura. A chance de dar certo é maior. Então, esses 20 mil reais têm menos risco do que se dar o mesmo valor na mão de um empreendedor que vai buscar outras 20 pessoas para chegar em 400 mil e, daqui 3 meses, acabou a empresa”, explica Marcelo.
Além do ticket menor, o investidor-anjo sabe que está investindo com um grupo que vai colocar a mão na massa e trabalhar para apoiar no desenvolvimento do negócio. É o chamado smart money, uma das características da Gávea Angels, que busca investidores que querem ser ativos dentro da empresa investida, ajudar a abrir portas, reforçar networking, melhorar processos e apoiar estrategicamente.
2. Diversificação
Outro ponto importante é que o investidor-anjo pode colocar o seu capital em empresas de áreas diferentes, inclusive aquelas com as quais ele não tem afinidade, mas vê como promissora para os investimentos. Desta forma, ele não fica refém das oscilações de mercado de um único setor, o que permite manejar melhor os riscos e os ganhos.
O investimento-anjo pela Gávea Angels favorece esse tipo de ação porque uma de suas características marcantes é a diversidade. Os membros associados são especialistas em diferentes segmentos e, com isso, conseguem avaliar de forma mais assertiva diferente tipo de negócios que surjam do screening.
Um especialista em TI, por exemplo, é capaz de analisar a tecnologia de um aplicativo, avaliar se está ultrapassada e se o investimento naquele negócio vale a pena ou não.
“Eu já investi em AgTech mesmo sem entender nada deste setor. Fiz isso porque temos no grupo um produtor rural, que conhece os meandros e conversa com os empreendedores usando a mesma linguagem. Então, com um grupo de anjos, a gente amplia o leque de investimentos porque os outros membros funcionam como como advisors, orientadores para o negócio”, conta Marcelo.
3. Acesso a negócios mais maduros
Para uma startup entrar no rol de investidas pela Gávea Angels, ela precisa passar por um processo de screening bem detalhado, que investiga a real situação da empresa e também as reais intenções dos empreendedores. Isso ajuda a selecionar empresas que são mais consolidadas e, portanto, com menos chances de darem errado.
“Quando faz o aporte, o investidor sabe que tem gente olhando aquele negócio há três meses, analisando quem são os fundadores, qual o mercado, se tem dívidas, se tem briga de sócio, se a pessoa já fundou outras empresas, se foi bem-sucedido, dentre outros aspectos”, diz Marcelo.
4. Experiência
Imagina só a experiencia acumulada de um grupo que atua há 20 anos no mercado. E é claro que isso colabora na formatação dos contratos que são firmados com as startups investidas.
Hoje, a Gávea Angels possui um contrato de investimento padronizado, com cláusulas que foram aperfeiçoadas a partir da experiência adquirida em cada investimento feito, assim como pela experiência dos investidores que fazem parte do grupo.
Além de ter os seus membros associados, a Gávea Angels também possui parceria com um escritório de advocacia que cuida da parte contratual e burocrática de modo a trazer mais segurança aos investidores, por exemplo, na venda da startup. E, por ser um grupo, as despesas são divididas entre os membros, o que faz com que os custos sejam mais baixos e abre a possibilidade de acessar as melhores assessorias para cada caso.
Esses quatro pontos sintetizam as vantagens de se fazer um investimento-anjo por meio de um grupo. A Gávea Angels é uma associação sem fins lucrativos e todo esse trabalho de seleção e análise é pro bono, feito pelos seus próprios associados. Em consonância com um mundo que é cada vez mais colaborativo, o investimento-anjo é uma oportunidade tanto para os investidores mais experientes quanto para os novatos. E todos esses aspectos citados certamente levarão seus membros a adquirirem, além de lucros, experiências que poderão levar para outros investimentos que farão ao longo da vida.
Por Maisa Infante – Redatora na Gávea Angels e colaboradora no Projeto Draft